"Não houve um amanhecer tingido de vermelho em que nos levantámos, olhámos pela janela e dissemos: 'Oh meu Deus, tudo é ciberespaço agora'." William Gibson
quarta-feira, 5 de junho de 2013
terça-feira, 21 de maio de 2013
Man of the week #3
“You
don't understand anything until you learn it more than one way.” – Marvin
Minsky
Marvin Lee Minsky nasceu em Nova Iorque a 9 de Agosto de
1927 e é um importante cientista cognitivo.
O seu principal campo de estudo são os estudos cognitivos
relacionados com a Inteligência Artificial.
Estudou nas escolas Fieldston e Bronx School of Science em
Nova Iorque e mais tarde na Phillips Academy em Andover (Massachusetts).
Minsky é co-fundador do laboratório de Inteligência
Artificial do Instituto de Tecnologia de Massachusetts e editou vários livros
sobre o tema e as suas implicações filosóficas.
Recebeu diversas condecorações, tais como, o Prémio Turim em
1969, o Prémio Japão em 1990, o IJCAI Award for Reasearch Excellence em 1991 e
a Medalha Benjamin Franklin do Instituto Franklin em 2001.
Realizou também diversas publicações como:
- “Computation: Finite and Infinite Machines” (1967);
- “The Society of Mind” (1986);
- “The Emotion Machine: Commonsense
Thinking, Artificial Intelligence, and the Future of the Human Kind” (2006).
Nos anos mais próximos Marvin Minsky tem trabalhado principalmente
na forma de conseguir transmitir para as máquinas a capacidade humana de
raciocínio e de senso comum. A sua concepção de estrutura e função intelectual
é apresentada em dois livros, “The Emotion Machine” e “The Society of Mind”
(que também é o nome da disciplina que ensina no MIT).
Minsky foi considerado por Issac Asimov (escritor/bioquímico
americano), como um dos homens cujo intelecto ultrapassa o dele próprio.
“If
you just have a single problem to solve, then fine, go ahead and use a neural
network. But if you want to do science and understand how to choose
architectures, or how to go to a new problem, you have to understand what
different architectures can and cannot do.” – Marvin Minsky
Marvin Minsky: Mind as Society (excerto)
sábado, 18 de maio de 2013
terça-feira, 7 de maio de 2013
"Sociedades de controlo" - Gilles Deleuze
Em "Sociedades de controlo" de Gilles Deleuze, o autor começa por nos falar nas sociedades e no facto de estarmos a caminhar numa mudança de modelo de sociedade. Ao passarmos da modernidade para a contemporaneidade, implica mudarmos de uma sociedade disciplinar (Foucault) para uma sociedade de controlo (Deleuze).
Formas de Sociedade
- Soberanas
- Disciplinares
- Controlo
Soberanas - Mais do que organizar a produção, decidem sobre a morte mais do que gerem a vida.
Disciplinares - Conjunto de princípios e regras . Disciplinam os indivíduos a partir do momento em que nascem, através de valores e incutindo-os através da educação. A educação dá-lhes a possibilidade de disciplina (Ex: escola, família, hospitais, prisões). Este tipo de sociedade tem como objetivo fazer com que o indivíduo aprenda alguma coisa em cada instituição que passar, que esteja sempre em formação contínua. As instituições acima referidas são grandes meios de encerramento, mais conhecidos por Panóptico, pois, neste tipo de instituições, implica que o observador esteja de corpo presente e em tempo real a observar e a vigiar.
Controlo - A necessidade de se estar sempre a vigiar deixa de ser necessária e passa a haver uma vigilância virtual. A sociedade disciplinar tem como objetivo modelar o comportamento do individuo, através da possibilidade de o mesmo estar sistematicamente a ser vigiado por alguém. A sociedade de controle diz-nos que houve uma espécie de incorporação da disciplina, tal que, os indivíduos estão sob os efeitos disciplinares independentemente da presença de uma autoridade ou não. O objetivo deste tipo de sociedade é poder controlar a partir de qualquer lado, sem que haja prensença física.
Exemplos:
- É possível controlar através da televisão e da internet, pois, os anúncios exercem poder sobre nós;
- Nós somos controlados quando vez que entramos numa loja, pois há sempre câmeras de vigilância;
- Quando pedimos um empréstimo ao banco, a nossa vida passa a ser toda controlada. Os bancos realizam os nossos desejos, mas isso implica que tenhamos que estar vivos e a trabalhar, até o empréstimo ser pago. Nós vendemos o tempo que ainda não temos.
Na sociedade disciplinar o elemento central de produção é a fábrica, na de controle é a empresa. A função determinada de cada indivíduo passa a ser indeterminada, pois, não há formação contínua.Há uma divisão de identidade dos indivíduos, pois somos identificados através de senhas e cada um de nós é apenas um número. A produção deixa de ser alvo de controlo.
Se na sociedade disciplinar há sempre um indivíduos vigiando os outros em várias direções, na sociedade de controlo, todos olham para o mesmo lugar.
Para Deleuze, a sociedade de controlo é a penhora da vida das pessoas através do marketing bancário
Pierre Lévy - O que é o virtual?
No seu livro ”O que é o Virtual?”, Pierre Lévy aborda as consequências que a virtualização gera na sociedade. Ao mesmo tempo explica uma série de conceitos como o conceito de virtual. Aqui ficam alguns dos tópicos centrais do texto abordados em aula.
- Virtual não é o contrário de real, é uma realidade que parece não ter existência, mas que tem potencialidade para se concretizar. Remete a um espaço que não se assume como real. O real já é tudo aquilo que se pode afirmar como existência. Dizer que algo existe é dizer que esse algo se manifesta num determinado lugar, está colocado no exterior. Apenas se diz que é real àquilo que se pode afirmar que existe, que está no exterior e que tem uma certa autonomia.
- A realidade pertence ao domínio da temporalidade. O real está em acto e é actual. O virtual como já referido tem por definição essa possibilidade de se tornar real/actual. A tese de Lévy sustenta que o possível se caracteriza por ser um conjunto de possibilidades pré-determinadas, a que falta existência. Pode-se dar o exemplo de uma semente de uma árvore, a árvore está lá, mas não a vimos, na realidade essa árvore não tem existência e pode nem vir a nascer. Segundo o autor, no caso do virtual este é mediado ou potenciado pelas tecnologias, sendo produto de exteriorização de construções mentais em espaços de interacção cibernética.
- As coisas reais afirmam três formas: - potência/possibilidade, o que o objecto pode ser sem que implique uma contradição com a actualidade em que ela vive; - actualidade - o aqui e agora – é aquilo em que determinado momento tem uma determinação. Aquilo que enquanto existe, existe da forma que mostra; virtualização – potencialidade iminente (prestes a acontecer).
- O virtual serve como uma maneira de pensar nas possibilidades a longo prazo. O movimento de virtualização é uma problematização (actualizar é resolver o problema). Virtualizar são as iminentes possibilidades do acto. São as tecnologias que nos dão visibilidade de todas as virtualidades. Os instrumentos tornam as iminências muito mais actualizadas.
- Segundo o autor a virtualização afecta os corpos, a economia, a sensibilidade e a inteligência das pessoas.
- À medida que as máquinas virtualizam por nós, perdemos a capacidade de problematizar. Quando virtualizamos/problematizamos, pensamos nas possibilidades imediatas do objecto, o que implica fazer uma avaliação. A virtualização contrapõe-se ao real, o virtual pode ter consequências do real.
- O impossível implica uma contradição ao estado actual do objecto. Os objectos impossíveis existem como pensamentos. Objecto que não pode ter existência, pensa-se mentalmente e age como real, como o caso de Deus. Afirmamos a existência mental de Deus, nunca uma existência em acto, não a podemos mostrar. No actual a sua existência só pode ser descrita mentalmente.
- A ideia de virtual enquanto potência pode remeter para a ilusão, mas Pierre Lévy sublinha que este elemento não se situa no domínio do onírico: a virtualização é um dos principais vectores de criação da realidade. Neste sentido, o virtual existe e produz efeitos.
"Manifesto Ciborgue" - Donna J. Haraway (Continuação)
"A mente humana não tem limites, nada de cria, apenas se modifica"
Na segunda parte do "Manifesto Ciborgue" de Donna J. Haraway, iremos mostrar como algumas pessoas modificam o seu próprio corpo, tornando-o mais belo e mais funcional, através da junção organismo e máquina o que nos leva ao tema principal, "Manifesto Ciborgue".
Desfoliação |
Gunther Von Haggens- Retira a pele aos corpos, modificando a pele das graças - Desfoliação
Terceito braço |
Orelha no braço |
Orlan - Realizou 8 operações, metamorfoseando assim o seu corpo. Alterou o seu rosto tornando-o num conjunto de traços que definem a mulher perfeita (Ex: lábios da Marilyn Monroe). Dou-o o seu corpo à arte quando morrer. Houve uma modificação completa sobre a sua identidade. "Aqui está o meu corpo, aqui está o meu software" - Orlan
Podemos afirmar que a noção de individuo e identidade modifica-se.
"Manifesto Ciborgue" - Donna J. Haraway
Como já referido no início do blogue, iremos abordar os temas tratados em aula, desta vez vamos abordar o tema, "Manifesto Ciborgue" de Donna J. Haraway. Iremos falar muito sumariamente sobre o que Haraway diz acerca do "Ciborgue", daremos alguns exemplos de ciborgue e como nós humanos, modificamos o nosso corpo.
“Um ciborgue é um organismo cibernético, um híbrido de máquina e organismo, uma criatura de realidade social e também uma criatura de ficção” - Donna J. Haraway
Segundo a autora, o ciborgue é matéria de ficção e também da experiência vivida.
Trata-se de uma luta de vida e morte, em que a fronteira entre ficção científica e a realidade social é uma ilusão ótica. Os ciborgues são criaturas que são simultaneamente animais e máquinas, que por sua vez habitam em mundos tanto naturais quanto fabricados. A medicina moderna também está cheia de ciborgues, de junções entre organismo e máquina. O ciborgue é uma imagem condensada tanto da imaginação quanto da realidade material. Ele está determinadamente comprometido com a parcialidade, a ironia e a perversidade. Ele é oposicionista, utópico e nada inocente. Com o ciborgue, a natureza e a cultura são reestruturadas.
Trata-se de uma luta de vida e morte, em que a fronteira entre ficção científica e a realidade social é uma ilusão ótica. Os ciborgues são criaturas que são simultaneamente animais e máquinas, que por sua vez habitam em mundos tanto naturais quanto fabricados. A medicina moderna também está cheia de ciborgues, de junções entre organismo e máquina. O ciborgue é uma imagem condensada tanto da imaginação quanto da realidade material. Ele está determinadamente comprometido com a parcialidade, a ironia e a perversidade. Ele é oposicionista, utópico e nada inocente. Com o ciborgue, a natureza e a cultura são reestruturadas.
MÁQUINA +
ORGANISMO = Ciborgue = Óscar Pistorius – Há uma reestruturação da biologia e
retiramos alguma cultura.
Óscar Pistorius |
Como exemplo de outro "ciborgue", temos o filme Robocop.
O homem tem
o dom de criar identidade, distinção, tornar os seres vivos distintos. O
homem e a mulher distinguem-se pela raça, pelo género, idade, deficiências
biológicas e pelas diferenças culturais (religião, educação, classe). A
identidade dos corpos é marcada culturalmente.
Contradição
- No espaço cibernético não há distinção entre raça, idade etc.
Ex: Quando
vamos a conduzir não sabemos quem está dentro do carro
- No ciberespaço não se identifica raça, idade etc, no entanto, o ciborgue permite que se distinga as diferenças biológicas e culturais.
Exemplos de Ciborgues
Frankenstein – O seu corpo
foi construído a partir de outros corpos e animado através de uma descarga
elétrica de um relâmpago.
Golem - A lenda do Golem tem origem em Praga. Baseia-se na tradição Judaica, em que o corpo era moldado no barro (foi assim que Adão foi criado) e animado com um sopro divino. Em seguida escrevia-se a palavra Emeth (verdade) num papel e colocava-se na boca do Golem. Apagando a primeira letra da direita para a esquerda, o Golem era destruídos. Uma criatura gigantesca com feiç~ies humanas rústicas era utilizado para fins braçãos e como guardião de Praga.
Michel Foucault- "Espaços Outros"
Em aula foi apresentado e discutido o texto "Espaços Outros" e, por este motivo, é importante desenvolver, sumariamente, as ideias-chave expressas.
- No século XIX o grande assombro foi a história (organização sequencial os acontecimentos). Foi no 2º princípio da termodinâmica que o século XIX encontrou o essencial dos seus recursos mitológicos.
- Foucault enuncia que se está na época do próximo e do longínquo, do disperso. Vive-se um momento em que o mundo se experimenta menos como uma grande vida que se desenrolava através do tempo, do que como uma rede que liga pontos.
- É introduzido o conceito de estruturalismo - É o esforço para estabelecer, entre elementos que podem ser repartidos através do tempo, um conjunto de relações que os faz aparecer como opostos, como uma espécie de configuração, uma maneira de tratar aquilo a que se chama tempo e aquilo a que se chama história. É uma aproximação teórica da explicação do real.
- Relativamente ao espaço, refere que o espaço que aparece hoje não é uma inovação. Na Idade Média era um conjunto hierarquizado de lugares; lugares sagrados e lugares profanos; lugares protegidos e abertos...
- Espaço de localização - constituído por cruzamento de lugares, ou seja, existiam lugares onde as coisas se encontravam porque tinham sido descolocadas e também lugares onde as coisas encontravam a sua colocação.
Este termo surgiu com Galileu, uma vez que o grande escândalo da sua obra foi ter constituído um espaço infinito e aberto, o lugar de algo não era mais do que um ponto no seu movimento, tal como o seu repouso era o seu movimento abrandado.
Ou seja, a partir do século XVII, a extensão (espaço aberto) substitui-se à localização. Nos dias de hoje, a colocação (definida pela relações de vizinhança entre pontos ou elementos) substitui-se à extensão.
- Existe um problema do lugar ou da colocação, que é posto em análise em termos demográficos. No entanto, não se resume apenas à questão de saber se há espaço suficiente no mundo para o homem, mas também saber que relações de vizinhança, que tipo de armazenamento dos elementos humanos devem ser escolhidos numa particular situação para chegar a um fim -> Posto isto, pode concluir-se que se vive numa época em que o espaço se oferece sob a forma de relações de colocação.
- Espaço de fora - é um espaço heterogéneo; vive-se no interior de um conjunto de relações que definem colocações. Podem distinguir-se diferentes colocações. Colocação de paragem provisória, café, cinema, praia; colocação de repouso, casa, quarto.
- Para Foucault, importam as colocações que estão em relação com todas as outras e contradizem todas as outras colocações. São de dois tipos (entre eles haverá uma experiência mista, que seria o espelho):
Utopia --> são colocações sem lugar real; mantêm com o espaço real da sociedade uma relação geral de analogia directa ou invertida. São espaços essencialmente irreais. Descrevem espaços onde o homem vive na máxima perfeição.
Heterotopia --> lugares reais; são uma espécie de contracolocações de utopias realizadas nas quais as colocações reais. As relações entre os seres humanos estão designadas a um espaço. Ex: cemitérios, hospitais psiquiátricos...
Podem classificar-se em dois tipos:
Heterotopias de crise: têm lugar nas sociedades "primitivas"; há lugares privilegiados ou sagrados, reservados a indivíduos que se encontram em estado de crise. Ex: adolescentes, idosos.
Heterotopias de desvio: englobam os indivíduos cujo comportamento é desviante em relação à norma exigida. Ex: prisões.
As heterotopias possuem em relação ao restante espaço uma função que se desdobra entre dois pólos distintos: o seu papel é o de criar um espaço de ilusão que denuncia todo o espaço real; ou então criar um outro espaço real, que seria a heterotopia de compensação.
segunda-feira, 6 de maio de 2013
Cyberbullying
Um fenómeno resultante da
existência do ciberespaço é o cyberbullying.
O cyberbullying é uma prática que envolve o uso de tecnologias de
informação e comunicação para dar apoio a comportamentos repetidos e hostis
praticados por um indivíduo ou mais com intenção de prejudicar outro indivíduo.
Tem-se tornado cada vez mais recorrente, principalmente entre os jovens.
“Quando a internet, telefones ou
outros dispositivos são utilizados para enviar textos ou imagens com a intenção
de ferir ou constranger outra pessoa”.
Pode ser algo tão simples como
enviar e-mails repetidamente a alguém que não os quer, tornar as vítimas alvo
de ridicularização na internet, inclui também ameaças ou rótulos depreciativos.
A sua actuação pode ser através da divulgação de dados pessoas das vítimas ou
publicar material que as difame. Os cyberbullies
postam rumores e boatos acerca da vítima.
É mais propício nas crianças e
nos adolescentes, mas também pode ocorrer entre adultos. Nos jovens a intenção
é normalmente envergonhar, perseguir ou fazer ameaças online. Este assédio
ocorre em blogues, sites, através de e-mails, mensagens de texto.
Um cyberbully pode tornar-se rapidamente também ele uma vítima. Entre
os jovens é frequente existir uma alteração desses papéis.
Quando a vitimização envolve
apenas adultos pode também designar-se “cyber-harressment” ou “cyberstalking”.
O cyberbullying envolve três
vectores (bully – vítima – novas tecnologias da informação e comunicação) e é
um fenómeno com um crescimento bastante rápido, em especial no mundo da
internet.
Curiosidades:
- Em 2008, os pesquisadores
Sameer Hinduja, da Universidade Atlântica da Flórida e Justin Patchin publicaram
um livro que resumo o estado actual da investigação sobre cyberbullying – “Bullying beyond the schoolyard. Preventing
and responding to cyberbullying”.
- Um filme que retrata esta
realidade e as suas consequências nos jovens é o Ciberbully.
- Notícia sobre Amanda Todd de 15 anos que se suicidou após vários anos
a sofrer de ciberbullying.
Esclarecer conceitos # 2
Pós-modernismo
O Nazismo destruíu as crenças e ideologias do modernismo
pois a história deixa de estar assente no progresso e o Homem deixa de ser
visto como todo racional pois aquilo que aconteceu em Auschwitz não vem da
razão, iniciando-se assim uma nova era, o pós-modernismo.
O conceito de pós-modernismo representa as condições
sociais, culturais e estéticas vivenciadas num período de tempo que começa com
o fim da modernidade, definindo assim uma nova era.
Este é um conceito de difícil definição devido aos limites
temporais que abrange e às alterações socioculturais que aconteceram dentro
deles, mas é um período caracterizado pela derrocada de todas as crenças que
existiam na era moderna, as crenças na história e no Homem como humano dotado
de razão e autonomia.
Neste período temporal, os valores absolutos do Homem não
são associados à maioria e o Homem busca a individualização e as vontades
próprias.
(Individualismo)
O pós-modernismo também conhecido como “sociedade
pós-industrial” caracteriza uma sociedade de inovações tecnológicas. Perry
Anderson no seu livro “As origens da pós-modernidade” escreveu que a
modernidade era tomada por imagens de máquinas (sociedade industrial) enquanto
que o pós-modernismo é tomado por máquinas de imagens (como a televisão,
computador, internet …).
O pós-modernismo trouxe também alterações nas artes
plásticas, música, cinema, literatura e arquitectura.
(Obra de Andy Warhol, um dos ícones das artes no pós-modernismo)
Nazismo vs Humanismo
Até hoje a Humanidade lembra, relembra e sofre ao recordar o lamentável episódio da nossa História, a 2ª Guerra Mundial, que ficou conhecido como Holocausto.
A 2ª Guerra Mundial (1939-45) foi o conflito que mais
vítimas causou (cerca de 50 milhões) em toda a história da humanidade. Foi
provocado por três países onde tinham sido implantados regimes autoritários
(Alemanha, Itália e Japão). Estes Estados queriam aumentar as suas áreas de
influência e uniram-se numa coligação que ficou conhecida como Eixo.
Na Alemanha o sentimento de vingança crescia cada vez mais
entre os alemães. O partido Nazi, chefiado por Adolf Hitler, ganhava muitos
votos.
Acusavam os comunistas, liberais e judeus da desordem e
prometiam restaurar o orgulho de ser alemão. Afirmavam pertencer a uma raça
superior, a Ariana.
Era um país que vivia na miséria, e os nazis ofereciam a
oportunidade de esperança e de um país melhor. Formavam grupos de jovens que
iam às ruas perseguir os seus inimigos. Davam uso a propagandas enganosas que
ajudaram Hitler a ser transformado no “Salvador da Alemanha”.
Para Hitler, era fundamental criar uma “nova ordem” na
Europa, baseada na superioridade alemã, na exclusão de minorias étnicas como os
judeus, na supressão das liberdades e dos direitos individuais e na perseguição
de ideologias liberais, socialistas e comunistas.
O partido nazi controlava a população e esse controlo era
feito pelo Ministro Joseph Goebbles que fiscalizava a imprensa, a literatura, o
cinema e a rádio (principal instrumento de comunicação das massas).
As nações democráticas (França, Grã-Bretanha e os EUA)
opuseram-se aos desejos expansionistas do Eixo, então, estas nações juntamente
com a União Soviética, após a invasão desta por Hitler, constituíram o grupo
dos Aliados.
Este conflito acabou por envolver a maior parte dos países
do mundo, mas no final, os Aliados conseguiram derrotar o Eixo.
No final da 2ª Guerra Mundial quando as tropas aliadas
entraram na capital alemã, Hitler cometeu suicídio.
Racismo, totalitarismo e nacionalismo foram alguns ideais
seguidos pelos nazis. O nazismo levou milhares de pessoas (judeus,
homossexuais…) à morte. (Muitos inclusive, foram usados em experiências
médicas).
Foi um tempo em que a moralidade, racionalidade e a
importância que o Ser Humano tinha apenas por existir, desapareceu. Foi uma
época histórica que foi contra o Humanismo a todos os níveis, tendo em conta
que este é uma crença onde todo o homem é um valor em si mesmo, e que não pode
nunca ser violado, nem se pode exercer violência contra.
O nazismo mostra que o homem não é um todo de razão, e que o
que fez não tem explicação. Ao não ter razão cai a noção de homem de autonomia,
destroem-se todos os pontos cardeais da modernidade. Este foi um dos piores
episódios da nossa história mundial (senão mesmo o pior) porque foi contra
todos os direitos e valores do Homem, baseado apenas em ideologias que iam em
todos os níveis contra a razão. Foi pura e simplesmente o extermínio de milhões
de Seres Humanos.
Auschwitz – Campo de concentração alemão.
Esta imagem mostra as
próteses, os dormitórios, os óculos, os sapatos/chinelos, os “pijamas” que eles
eram obrigados a vestir e a parte exterior do campo nos dias de hoje.
Esclarecer conceitos # 1
Humanismo
A razão é a capacidade de organizar as informações que temos
do real.
Na modernidade, parte-se do princípio que todos são
racionais e têm essa capacidade.
Assim, somos humanos, racionais e autónomos. E nesta
afirmação se baseia o conceito de Humanismo.
O Humanismo remete para as ideias de valorizar o ser humano
e a condição humana acima de tudo, isto é, o Homem tem um valor que nunca pode
ser violado. Nesta filosofia, o ser humano é visto como cheio de valores (como
a generosidade, compaixão, respeito, justiça, honra..), atributos e
realizações.
Este movimento intelectual surgiu em Itália no século XVI
quando o Renascimento estava difundido pela Europa e a forte influência do
pensamento religioso da Idade Média começava a ser desestabilizado. Assim, o
teocentrismo (Deus como centro de tudo) dava lugar ao antropocentrismo, isto é,
o Homem como centro de tudo. Os humanistas acreditavam que os seres humanos
eram os responsáveis pela criação e desenvolvimento dos valores e não um Deus.
O Humanismo procurava o melhor nos seres humanos e para os seres humanos sem
utilizar crenças religiosas. O Humanismo teve influência nas artes, nas
ciências e na política.
(Homem
Vitruviano, obra de Leonardo da Vinci - Este
desenho representa o homem descrito por Vitrúvio (um arquitecto romano), este homem apresenta-se como um modelo
ideal para o ser humano, cujas proporções são perfeitas, segundo o ideal
clássico de beleza.)
sexta-feira, 3 de maio de 2013
sábado, 27 de abril de 2013
Man of the week #2
Pierre Lévy
Pierre Lévy é um filósofo que estuda as interacções entre a Internet e a Sociedade.
Nasceu no dia 2 de Julho de 1956, na Tunísia, numa família judaica.
Relativamente às suas habilitações, sabe-se pouco até 1980, quando tirou um mestrado em História da Ciência e, em seguida, tirou um doutoramento em Sociologia da Informação e da Comunicação, em França, na Universidade de Sorbonne.
Pierre Lévy é membro da Sociedade Real do Canadá (Academia Canadense de Ciências e Humanidades).
Algumas das suas obras:
- "A Revolução contemporânea em matéria de Comunicação"
- "As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática"
- "O que é o virtual?"
- "A ideografia dinâmica: para uma imaginação artificial?"
- "Cibercultura"
- "Filosofia World: o mercado, o ciberespaço, a consciência"
quinta-feira, 25 de abril de 2013
Cibercultura - O que é?
Sendo a disciplina onde está a ser desenvolvido este blogue denominada Cibercultura, é conveniente esclarecer o seu significado.
A cibercultura é uma forma sociocultural que sucede de uma
relação de intercâmbio entre a sociedade, as novas tecnologias e a cultura. Caracteriza-se
por ser uma nova forma de conhecer as relações, mais concretamente as relações
tecnológicas, que se constituem na sociedade.
A denominação de cibercultura surgiu na década de 60
(sociedade pós-moderna) devido a novas formas de sociabilidade, isto é,
começaram a criar-se relações entre as tecnologias de informação, de
comunicação e o Homem. Ou seja, basta um computador e com apenas um clique se
pode conhecer lugares e pessoas sem se sair do sítio onde se encontra. Permite,
desta forma, uma aproximação entre indivíduos através das novas ferramentas
virtuais.
A cibercultura também pode ser vista como a cultura
contemporânea marcada pelas tecnologias digitais, uma vez que está presente na
vida quotidiana, através de inúmeros meios, como, por exemplo o sistema de
pagamento pela Internet e o voto electrónico. Neste âmbito, a cibercultura tem
fomentado a criação de “media do cidadão”, onde os indivíduos são estimulados a
produzir, distribuir e reciclar conteúdos.
Em suma, a cibercultura, desde o seu aparecimento, tem
mudado o imaginário e as relações humanas, na medida em que a sociedade cada vez
mais se comunica e relaciona através das tecnologias. Existe como que uma
migração do mundo real para o imaginário, o que permite ao indivíduo a
recriação do seu espaço social.
terça-feira, 23 de abril de 2013
Electronic Frontier Foundation - EFF
No ciberespaço, acontece o fenómeno de subjectividade do
sujeito, isto é, não existe uma identidade pois não há um “eu”, um corpo, e
assim a noção de sujeito e responsabilidade desvanece-se. Para que existam
regras no ciberespaço uma organização foi criada para defender os direitos de
liberdade de expressão, a Electronic Frontier Foundation.
Electronic Frontier Foundation
A Electronic Frontier Foundation (EFF) é uma organização com
o objectivo de proteger os direitos de liberdade de expressão no ciberespaço.
Esta é uma organização sem fins lucrativos com sede em São Francisco na
Califórnia que se mantêm através de doações externas. Para além dos
colaboradores na sede, a EFF já têm representantes em Toronto, Ontário e
Washington DC.
A organização exerce funções como proporcionar ou financiar
defesa legal nos tribunais; defesa de indivíduos ou novas tecnologias ameaçados
sem razão; na instrução de tribunais e governo sobre as leis; manifestações
através do ciberespaço (por e-mail por exemplo); apoio a novas tecnologias que
promovam as liberdades individuais e mantém uma página no ciberespaço
disponível para todos onde actualiza e disponibiliza informação sobre o seu
prepósito.
História da EFF
A organização foi fundada em 1990 por Mitch Kapor, John
Gilmore e John Perry Barlow. A fundação deveu-se a inspecções e invasões à
empresa Steve Jackson Games pelos Serviços Secretos dos EUA. Para além desta
empresa, outras acções semelhantes ocorreram no início de 1990 no âmbito de uma
iniciativa federal, a Operação Sundevil. O caso da empresa Steve Jackson Games
foi o primeiro a ser conhecido e marcou o início das funções de defesa de
liberdades civis da EFF.
Um dos fundadores da organização, John Perry Barlow foi o
criador da Declaração de Independência do Ciberespaço. Esta declaração foi
publicada em 1996, depois de ter saído a primeira Lei de Telecomunicações nos
EUA e uma altura em que a Internet estava a crescer rapidamente.
A declaração pode ser lida aqui: https://projects.eff.org/~barlow/Declaration-Final.html
segunda-feira, 22 de abril de 2013
“Mapa … uma representação do real”
Como já foi mencionado em posts anteriores, o ciberespaço é um espaço que existe, onde não é necessária a presença física do Homem para que exista comunicação. É o espaço virtual onde a comunicação é possibilitada pelo meio da tecnologia, sendo que o seu principal ambiente considera-se que seja a Internet.
Por sua vez, o Google é um exemplo de um motor de busca que existe na internet e que não necessita de presença Humana, podendo ser comparado ao ciberespaço. Sendo assim, o ciberespaço pode ser comparado a um mapa.
Por sua vez, o Google é um exemplo de um motor de busca que existe na internet e que não necessita de presença Humana, podendo ser comparado ao ciberespaço. Sendo assim, o ciberespaço pode ser comparado a um mapa.
Teoria geral do
Mapeamento
- Etimologia do mapa: do latim mapa, pano que se lançava ao circo para dar sinal do início dos jogos. A etimologia da palavra remete para um ato de marcação espácio-temporal. Ele traça um princípio;
- Sentido do mapa: é uma representação coordenada de informação numa superfície;
- Função do mapa: estabelecer uma relação entre pontos, do ponto de vista espácio-temporal.
Mapa
- Seleciona e fixa
- Duplica
- Simula
O Mapa e a
Cartografia de um espaço
- Promovem o esquecimento
- Instrumentalizam o saber
- Agilizam a ordenação
- Pautam e regem comportamentos
- Fixam os elementos do real
- Arquivam o real
sábado, 20 de abril de 2013
Man of the week #1
William Gibson
Nasceu a 17 de Março de 1948, em Conway, Carolina do Sul.
É um escritor norte-americano e canadense.
Perdeu a sua mãe e o seu pai muito cedo, aos 6 e 12 anos, respectivamente. Gibson considera que a morte do seu pai constituiu uma grande importância na sua relação com a ficção científica.
Podemos chamar ao seu livro Neuromante a sua grande obra-prima. Este livro inaugurou uma nova forma de se escrever e de pensar a ficção científica, uma vez que inaugurou uma nova era da ficção científica. É o seu 1º romance e influenciou a trilogia Matrix.
Mudou muitas vezes de residência em criança e sempre gostou de ficção científica.
Em 1968, acabou por se estabelecer em Vancouver, no Canadá, onde se tornou escritor a tempo inteiro.
Desde os anos 70 que escreve livros. As suas primeiras histórias antecipavam o futuro e a alta tecnologia. Os temas, cenários e personagens feitos nessas histórias culminaram no seu livro Neuromante - iniciando o género literário ciberpunk. Sendo Gibson, considerado o pai deste tipo de literatura.
Porém, a seguir a este livro muitos o seguiram, como:
- Count Zero
- Mona Lisa Overdrive
- The Difference Engine.
Com o seu livro O Reconhecimento de padrões (2003), Gibson deixou de escrever sobre o ciberespaço.
Ciberespaço e William Gibson
Antes de mais, é plausível esclarecer os conceitos que servem de base à criação deste blogue.
Comecemos com a definição de ciberespaço.
A palavra ciberespaço foi inventada em 1984, por William Gibson no seu livro "Neuromante". Este dá a seguinte definição:
"Ciberespaço. Uma alucinação consensual diariamente experimentada por biliões de operadores legítimos, em cada país, por crianças a quem são ensinados conceitos matemáticos... Uma representação gráfica de dados extraídos de bancos de cada computador do sistema humano. Complexidade impensável. Linhas de luz alinhadas no não-espaço da mente, clusters e constelações de dados. Como luzes da cidade, afastando-se..."
O ciberespaço é um espaço que existe onde não é necessária a presença física do Homem para que exista comunicação. É o espaço virtual onde a comunicação é possibilitada pelo meio da tecnologia, e o seu principal ambiente considera-se que seja a Internet.
Não existe fronteiras nem espaço físico, existe revitalização de distâncias e dinamização da comunicação.
Pierre Lévy define o ciberespaço como "o espaço de comunicação aberto pela interconexão mundial dos computadores e das memórias dos computadores". (1999)
Com o ciberespaço proporcionou-se uma maior distorção da percepção do espaço e do tempo. Distorcem-se os limites entre o real e o imaginário, o próximo e o distante.
A consolidação do ciberespaço acabou por fazer surgir novas transformações, como o caso da cibercultura.
"Quando escrevi Neuromante, quase 25 anos atrás, o ciberespaço estava lá e nós estávamos aqui. Em 2007, o que não nos importamos mais de chamar ciberespaço, está aqui, e aqueles momentos sem conectividade, cada vez mais raros, estão lá. E aí está a diferença. Não houve um amanhecer tingido de vermelho em que nos levantámos, olhámos pela janela e dissemos: 'Oh meu Deus, tudo é ciberespaço agora'." Dito por William Gibson, numa entrevista em 2007 publicada pelo Washington post.
terça-feira, 9 de abril de 2013
Bem Vindos!
Somos alunas do 2ºano do curso de Ciências da Comunicação e da Cultura, da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Este blogue foi criado no âmbito da cadeira denominada Cibercultura, com o objectivo de ser um ponto entre muitos na blogosfera de discussão e esclarecimentos dos temas inerentes à cibercultura e ao ciberespaço.
Os posts serão feitos por nós, as autoras deste blogue:
- Filipa Sardinha- Jessica Oliveira
- Sofia Martins
- Soraia Martins
- Teresa Carvalho.
Esperamos que este seja um espaço de encontro entre todos os que se interessem por este tema e que queiram aprofundar esses mesmos conhecimentos.
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