terça-feira, 7 de maio de 2013

"Sociedades de controlo" - Gilles Deleuze


Em "Sociedades de controlo" de Gilles Deleuze, o autor começa por nos falar nas sociedades e no facto de estarmos a caminhar numa mudança de modelo de sociedade. Ao passarmos da modernidade para a contemporaneidade, implica mudarmos de uma sociedade disciplinar (Foucault) para uma sociedade de controlo (Deleuze).

Formas de Sociedade

  • Soberanas
  • Disciplinares  
  • Controlo

Soberanas - Mais do que organizar a produção, decidem sobre a morte mais do que gerem a vida.

Disciplinares - Conjunto de princípios e regras . Disciplinam os indivíduos a partir do momento em que nascem, através de valores e incutindo-os através da educação. A educação dá-lhes a possibilidade de disciplina (Ex: escola, família, hospitais, prisões). Este tipo de sociedade tem como objetivo fazer com que o indivíduo aprenda alguma coisa em cada instituição que passar, que esteja sempre em formação contínua. As instituições acima referidas são grandes meios de encerramento, mais conhecidos por Panóptico, pois, neste tipo de instituições, implica que o observador esteja de corpo presente e em tempo real a observar e a vigiar.

Controlo - A necessidade de se estar sempre a vigiar deixa de ser necessária e passa a haver uma vigilância virtual. A sociedade disciplinar tem como objetivo modelar o comportamento do individuo, através da possibilidade de o mesmo estar sistematicamente a ser vigiado por alguém. A sociedade de controle diz-nos que houve uma espécie de incorporação da disciplina, tal que, os indivíduos estão sob os efeitos disciplinares independentemente da presença de uma autoridade ou não. O objetivo deste tipo de sociedade é poder controlar a partir de qualquer lado, sem que haja prensença física.

Exemplos:
  •  É possível controlar através da televisão e da internet, pois, os anúncios exercem poder sobre nós;
  • Nós somos controlados quando vez que entramos numa loja, pois há sempre câmeras de vigilância;
  • Quando pedimos um empréstimo ao banco, a nossa vida passa a ser toda controlada. Os bancos realizam os nossos desejos, mas isso implica que tenhamos que estar vivos e a trabalhar, até o empréstimo ser pago. Nós vendemos o tempo que ainda não temos.

Na sociedade disciplinar o elemento central de produção é a fábrica, na de controle é a empresa. A função determinada de cada indivíduo passa a ser indeterminada, pois, não há formação contínua.Há uma divisão de identidade dos indivíduos, pois somos identificados através de senhas e cada um de nós é apenas um número. A produção deixa de ser alvo de controlo.



Se na sociedade disciplinar há sempre um indivíduos vigiando os outros em várias direções, na sociedade de controlo, todos olham para o mesmo lugar.

Para Deleuze, a sociedade de controlo é a penhora da vida das pessoas através do marketing bancário





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