Cultura no espaço
"Não houve um amanhecer tingido de vermelho em que nos levantámos, olhámos pela janela e dissemos: 'Oh meu Deus, tudo é ciberespaço agora'." William Gibson
quarta-feira, 5 de junho de 2013
terça-feira, 21 de maio de 2013
Man of the week #3
“You
don't understand anything until you learn it more than one way.” – Marvin
Minsky
Marvin Lee Minsky nasceu em Nova Iorque a 9 de Agosto de
1927 e é um importante cientista cognitivo.
O seu principal campo de estudo são os estudos cognitivos
relacionados com a Inteligência Artificial.
Estudou nas escolas Fieldston e Bronx School of Science em
Nova Iorque e mais tarde na Phillips Academy em Andover (Massachusetts).
Minsky é co-fundador do laboratório de Inteligência
Artificial do Instituto de Tecnologia de Massachusetts e editou vários livros
sobre o tema e as suas implicações filosóficas.
Recebeu diversas condecorações, tais como, o Prémio Turim em
1969, o Prémio Japão em 1990, o IJCAI Award for Reasearch Excellence em 1991 e
a Medalha Benjamin Franklin do Instituto Franklin em 2001.
Realizou também diversas publicações como:
- “Computation: Finite and Infinite Machines” (1967);
- “The Society of Mind” (1986);
- “The Emotion Machine: Commonsense
Thinking, Artificial Intelligence, and the Future of the Human Kind” (2006).
Nos anos mais próximos Marvin Minsky tem trabalhado principalmente
na forma de conseguir transmitir para as máquinas a capacidade humana de
raciocínio e de senso comum. A sua concepção de estrutura e função intelectual
é apresentada em dois livros, “The Emotion Machine” e “The Society of Mind”
(que também é o nome da disciplina que ensina no MIT).
Minsky foi considerado por Issac Asimov (escritor/bioquímico
americano), como um dos homens cujo intelecto ultrapassa o dele próprio.
“If
you just have a single problem to solve, then fine, go ahead and use a neural
network. But if you want to do science and understand how to choose
architectures, or how to go to a new problem, you have to understand what
different architectures can and cannot do.” – Marvin Minsky
Marvin Minsky: Mind as Society (excerto)
sábado, 18 de maio de 2013
terça-feira, 7 de maio de 2013
"Sociedades de controlo" - Gilles Deleuze
Em "Sociedades de controlo" de Gilles Deleuze, o autor começa por nos falar nas sociedades e no facto de estarmos a caminhar numa mudança de modelo de sociedade. Ao passarmos da modernidade para a contemporaneidade, implica mudarmos de uma sociedade disciplinar (Foucault) para uma sociedade de controlo (Deleuze).
Formas de Sociedade
- Soberanas
- Disciplinares
- Controlo
Soberanas - Mais do que organizar a produção, decidem sobre a morte mais do que gerem a vida.
Disciplinares - Conjunto de princípios e regras . Disciplinam os indivíduos a partir do momento em que nascem, através de valores e incutindo-os através da educação. A educação dá-lhes a possibilidade de disciplina (Ex: escola, família, hospitais, prisões). Este tipo de sociedade tem como objetivo fazer com que o indivíduo aprenda alguma coisa em cada instituição que passar, que esteja sempre em formação contínua. As instituições acima referidas são grandes meios de encerramento, mais conhecidos por Panóptico, pois, neste tipo de instituições, implica que o observador esteja de corpo presente e em tempo real a observar e a vigiar.
Controlo - A necessidade de se estar sempre a vigiar deixa de ser necessária e passa a haver uma vigilância virtual. A sociedade disciplinar tem como objetivo modelar o comportamento do individuo, através da possibilidade de o mesmo estar sistematicamente a ser vigiado por alguém. A sociedade de controle diz-nos que houve uma espécie de incorporação da disciplina, tal que, os indivíduos estão sob os efeitos disciplinares independentemente da presença de uma autoridade ou não. O objetivo deste tipo de sociedade é poder controlar a partir de qualquer lado, sem que haja prensença física.
Exemplos:
- É possível controlar através da televisão e da internet, pois, os anúncios exercem poder sobre nós;
- Nós somos controlados quando vez que entramos numa loja, pois há sempre câmeras de vigilância;
- Quando pedimos um empréstimo ao banco, a nossa vida passa a ser toda controlada. Os bancos realizam os nossos desejos, mas isso implica que tenhamos que estar vivos e a trabalhar, até o empréstimo ser pago. Nós vendemos o tempo que ainda não temos.
Na sociedade disciplinar o elemento central de produção é a fábrica, na de controle é a empresa. A função determinada de cada indivíduo passa a ser indeterminada, pois, não há formação contínua.Há uma divisão de identidade dos indivíduos, pois somos identificados através de senhas e cada um de nós é apenas um número. A produção deixa de ser alvo de controlo.
Se na sociedade disciplinar há sempre um indivíduos vigiando os outros em várias direções, na sociedade de controlo, todos olham para o mesmo lugar.
Para Deleuze, a sociedade de controlo é a penhora da vida das pessoas através do marketing bancário
Pierre Lévy - O que é o virtual?
No seu livro ”O que é o Virtual?”, Pierre Lévy aborda as consequências que a virtualização gera na sociedade. Ao mesmo tempo explica uma série de conceitos como o conceito de virtual. Aqui ficam alguns dos tópicos centrais do texto abordados em aula.
- Virtual não é o contrário de real, é uma realidade que parece não ter existência, mas que tem potencialidade para se concretizar. Remete a um espaço que não se assume como real. O real já é tudo aquilo que se pode afirmar como existência. Dizer que algo existe é dizer que esse algo se manifesta num determinado lugar, está colocado no exterior. Apenas se diz que é real àquilo que se pode afirmar que existe, que está no exterior e que tem uma certa autonomia.
- A realidade pertence ao domínio da temporalidade. O real está em acto e é actual. O virtual como já referido tem por definição essa possibilidade de se tornar real/actual. A tese de Lévy sustenta que o possível se caracteriza por ser um conjunto de possibilidades pré-determinadas, a que falta existência. Pode-se dar o exemplo de uma semente de uma árvore, a árvore está lá, mas não a vimos, na realidade essa árvore não tem existência e pode nem vir a nascer. Segundo o autor, no caso do virtual este é mediado ou potenciado pelas tecnologias, sendo produto de exteriorização de construções mentais em espaços de interacção cibernética.
- As coisas reais afirmam três formas: - potência/possibilidade, o que o objecto pode ser sem que implique uma contradição com a actualidade em que ela vive; - actualidade - o aqui e agora – é aquilo em que determinado momento tem uma determinação. Aquilo que enquanto existe, existe da forma que mostra; virtualização – potencialidade iminente (prestes a acontecer).
- O virtual serve como uma maneira de pensar nas possibilidades a longo prazo. O movimento de virtualização é uma problematização (actualizar é resolver o problema). Virtualizar são as iminentes possibilidades do acto. São as tecnologias que nos dão visibilidade de todas as virtualidades. Os instrumentos tornam as iminências muito mais actualizadas.
- Segundo o autor a virtualização afecta os corpos, a economia, a sensibilidade e a inteligência das pessoas.
- À medida que as máquinas virtualizam por nós, perdemos a capacidade de problematizar. Quando virtualizamos/problematizamos, pensamos nas possibilidades imediatas do objecto, o que implica fazer uma avaliação. A virtualização contrapõe-se ao real, o virtual pode ter consequências do real.
- O impossível implica uma contradição ao estado actual do objecto. Os objectos impossíveis existem como pensamentos. Objecto que não pode ter existência, pensa-se mentalmente e age como real, como o caso de Deus. Afirmamos a existência mental de Deus, nunca uma existência em acto, não a podemos mostrar. No actual a sua existência só pode ser descrita mentalmente.
- A ideia de virtual enquanto potência pode remeter para a ilusão, mas Pierre Lévy sublinha que este elemento não se situa no domínio do onírico: a virtualização é um dos principais vectores de criação da realidade. Neste sentido, o virtual existe e produz efeitos.
"Manifesto Ciborgue" - Donna J. Haraway (Continuação)
"A mente humana não tem limites, nada de cria, apenas se modifica"
Na segunda parte do "Manifesto Ciborgue" de Donna J. Haraway, iremos mostrar como algumas pessoas modificam o seu próprio corpo, tornando-o mais belo e mais funcional, através da junção organismo e máquina o que nos leva ao tema principal, "Manifesto Ciborgue".
Desfoliação |
Gunther Von Haggens- Retira a pele aos corpos, modificando a pele das graças - Desfoliação
Terceito braço |
Orelha no braço |
Orlan - Realizou 8 operações, metamorfoseando assim o seu corpo. Alterou o seu rosto tornando-o num conjunto de traços que definem a mulher perfeita (Ex: lábios da Marilyn Monroe). Dou-o o seu corpo à arte quando morrer. Houve uma modificação completa sobre a sua identidade. "Aqui está o meu corpo, aqui está o meu software" - Orlan
Podemos afirmar que a noção de individuo e identidade modifica-se.
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